O setor da saúde, historicamente marcado por um consumo elevado de energia, está ando por uma transformação estratégica. Com a abertura do mercado livre de energia para unidades de média tensão, clínicas e hospitais de pequeno e médio porte ganharam o a um modelo mais econômico e flexível de contratação. A economia nas contas de luz pode chegar a 40%, mas os benefícios vão além da redução na fatura. Segundo Joana Waldburger, diretora de oprações (COO) da TYR Energia, instituições de saúde que migraram para o mercado livre têm utilizado medidores inteligentes para melhorar a eficiência operacional, corrigir falhas técnicas, evitar penalidades e até fazer o rateio interno de custos entre setores como laboratórios, cantinas e bancos de sangue.
“Hoje, os hospitais já enxergam além da conta mais barata. Com os medidores inteligentes, conseguimos apoiar desde a contratação correta com a distribuidora até o rateio de custos internos, como separar o consumo de uma cantina ou laboratório dentro de uma mesma unidade”, explica. Em um dos projetos da empresa no Rio de Janeiro, um hospital deixou de pagar R$ 6 mil por mês em penalidades, apenas com a instalação de um equipamento corretivo sugerido após análise dos dados de consumo.
Diminuir os gastos com energia é um dos principais desafios para qualquer empresa da área da saúde. E o mercado livre nasce como uma opção para que o cliente pague mais barato, tenha mais liberdade em contratar fornecedores e previsibilidade de custos. “Hoje vamos além dessa experiência e no setor da saúde, temos exemplos bem interessantes de como, para além da tarifa mais barata, o cliente pode agregar com o próprio monitoramento inteligente, ainda mais eficiência de custos e soluções operacionais financeiras que atendam a diversas dores internas que ele tenha”, explicou.
Benefícios
Além da economia direta, o uso da tecnologia também traz benefícios operacionais e sustentáveis. Com dados em tempo real, é possível monitorar o desempenho de equipamentos como centrais de ar-condicionado, grandes vilões do consumo, prever manutenções e até identificar oportunidades de automação. “A energia costumava ser só uma conta no fim do mês. Hoje, ela é uma estratégia de gestão”, afirma Joana.
Entre os benefícios, a COO da TYR Energia citou que ao migrar para esse modelo de negócio, essas clínicas e hospitais menores teriam o a uma energia mais barata, onde eles podem optar por fontes renováveis e, dessa forma, trazer para a sua gestão uma completa ação focada em sustentabilidade ambiental.
Outro exemplo é o Hospital Badim, que recuperou R$ 600 mil ao identificar cobranças indevidas por meio da consultoria da TYR. A empresa oferece uma jornada completa de migração eliminando a burocracia e garantindo fornecimento contínuo. “Cada real economizado pode ser revertido em mais cuidado, mais tecnologia e mais conforto para o paciente. Essa é a verdadeira eficiência energética”, afirma Joana.
“Conseguimos simular, confirmar e indicar se o cliente tem alguma outra eficiência no que cabe na parte mais técnica de contratação com a distribuidora”, destacou. Muitas vezes, os consumidores não percebem que estão pagando valores indevidos, seja por erros de leitura, faturamento ou outras inconsistências. Identificar essas falhas e garantir o ressarcimento é um direito previsto em lei e, ao mesmo tempo, uma forma de proteger o orçamento de empresas e instituições.
E o no mercado livre de energia, uma das funções da comercializadora varejista é o de intermediar a relação entre o consumidor e a distribuidora e interceder em caso de pagamentos indevidos, descuido na manutenção da rede ou demora no restabelecimento de energia.
Uma segunda camada de benefícios que Joana citou ao CanalEnergia, é com relação a própria rotina de rateio de custos internos. Segundo ela, além do medidor de energia que pode trazer mais dados para as clínicas e hospitais, muitas vezes dentro do prédio, da unidade, existem várias atividades. “Existe cantina, atividade de laboratório, coleta de sangue, seguradora, então, na conta original, vem tudo junto”, disse. Ela afirmou que há um benefício direto de gestão financeira, de imagem, de compromisso com a sustentabilidade, que não é mais novidade, está todo mundo correndo atrás disso.
Desafios
Sobre os desafios, Joana afirmou que ainda existe um movimento de educação do cliente, de engajamento interno, de áreas técnicas, para que elas usufruam desses dados e tomem as decisões que vão repercutir, imediatamente, no custo. Então, eficiência energética, gestão completa, não dá para fazer sozinho. “O segredo é não temer esse mercado de energia. Eu acho que a gente vem vivenciando esse maior conhecimento do mercado. Os clientes já têm confiado mais. Antes havia uma insegurança muito maior, com relação a ficar sem energia se migrar, pois é um hospital, serviço essencial. E esse medo de ficar sem o fornecimento já vem sendo equalizado, respondido com o tempo. E você não assume mais risco de ficar sem energia por ir para o mercado livre, por instalar equipamentos de medição”, destacou.
Hoje, a TYR oferece uma jornada completa de migração, desde a consultoria técnica até a representação junto à distribuidora, sem que o hospital precise lidar com burocracias ou correr riscos de fornecimento. Com energia renovável e soluções inteligentes, instituições de saúde conseguem liberar recursos para investimentos mais estratégicos e melhorar a qualidade do atendimento ao paciente. “Cada real economizado com energia pode ser reinvestido em tecnologia, pessoal ou infraestrutura para cuidar melhor das pessoas. Isso é sustentabilidade na prática”, conclui a executiva.